Mais perto do que se imagina – roteiro de dias 3 em Belém do Pará
Desde 2012 tento programar uma viagem a Belém do Pará, mas entre uma coisa e outra aqui, uma passagem mais barata pra outro destino ali e principalmente pela falta de tempo, não conseguia concretizar esse plano de viagem. Eu queria fazer uma viagem mais longa, talvez uns 7 dias para aproveitar com calma a cidade e esticar até a Ilha do Marajó, mas como essa possibilidade não apareceu nos últimos 6 anos, cansei de esperar e aproveitando uma folguinha numa segunda-feira programei minha viagem em julho deste ano para finalmente marcar o meu pontinho na região norte do Brasil. Agora vou contar o que fiz nesses 3 dias na cidade pra você, que assim como eu precisa otimizar o tempo, já aproveitar um próximo feriadão e comprar suas passagens pra lá!
Minha viagem foi a partir do Rio de Janeiro. Há bastante opções de voos a maior parte com escalas/conexões, na ida consegui um voo direto que saiu as 21:25h do Galeão e as 1:00h desembarquei em Belém, foi importante pra amanhecer no sábado já na cidade.
Escolhi me hospedar no Atrium Hotel Quinta De Pedras que é um hotel lindíssimo que está instalado num antigo convento e tem até uma capela! As instalações são ótimas, possui restaurante, é bem localizado, o staff atencioso e o preço foi muito em conta. A hospedagem em Belém fora da época do Círio não é cara, pesquisando direitinho você encontra excelentes hotéis por um preço bem camarada.
A locomoção pela cidade foi feita basicamente de Uber e alguns poucos trajetos como aeroporto x hotel utilizamos táxi. Alguns percursos davam pra ser feitos a pé, mas o calor da cidade não permitia.
Por falar em calor, dois aspectos devem ser levados em consideração ao planejar sua viagem: o primeiro é que faz muito, muito, muito calor mesmo em Belém, por ser acostumada ao Rio 40 graus achei que era moleza, mas é bem quente. O segundo é que todos os dias a tarde chove em Belém. Entre junho e novembro lá é considerado verão e a quantidade de chuva é menor, não que seja desaconselhável viajar fora desses meses, mas se quiser pegar menos chuva, fica a dica.
Uma outra questão que precisa ser abordada é a segurança. Todo o tempo em que estivemos na cidade, os locais nos faziam recomendações para não andar por algum lugar, não ficar parado em outro, e falavam que a cidade estava muito perigosa. Não passamos e nem presenciamos nenhuma situação de violência, mas essas recomendações nos deram uma sensação de insegurança.
Ditas essas considerações iniciais, vamos ao roteiro:
Dia 1 – Sábado
Começamos o dia no Parque do Utinga que é uma área de preservação ambiental que foi revitalizada por três anos e foi reaberta em março desse ano. É possível alugar bikes para percorrer a pista, ou você pode optar fazer uma caminhada ou correr. Eu fui de caminhada, mas preciso confessar que não percorri toda a pista, pois já não era tão cedo e o sol já estava escaldante. A parte inicial do parque é muito bonita e só ela já vale a visita. A entrada no parque é gratuita.
Depois do parque pegamos um Uber até a Catedral da Sé que infelizmente estava fechada, então não pudemos conhecer por dentro, mas pra você não cometer o mesmo erro, seguem os horários de visitação: segundas das 14:00h às 18:00h, terça, quarta e sextas das 7:00h às 12:00h e das 14:00h às 19:00h, quinta tem Adoração ao Santíssimo o dia todo, aos sábados das 16:00h às 20:00h e aos domingos a visitação ocorre das 6:00h às 11:30h e das 16:00h às 20:00h.
Atravessando a praça em frente a Catedral fica a Casa das Onze Janelas (Museu de Arte Contemporânea Espaço Cultural Casa das Onze Janelas) entramos somente para ver a vista para o Rio, não visitamos nenhum acervo. Não paga somente pra entrar e ver a vista para o Rio.
Ao lado da Casa das Onze Janelas fica o Forte do Presépio, que é a primeira construção de Belém. O horário de visitação é de terça a sexta-feira, das 10:00h às 17:00h. Sábados, domingos e feriados, das 9:00h às 13:00h e a entrada custa 4 reais.
Do Forte seguimos a pé para o Ver o Peso, que é sem dúvidas o maior cartão-postal de Belém. Lá vende-se de tudo mesmo e é muito interessante passear pelas barracas, vendo os produtos locais e os famosos perfumes. Muito bom também para comprar castanhas, bem fresquinhas.
Ao lado do ver o peso fica a Estação das Docas. Ao chegar lá fomos até a loja da Vale Verde Turismo e compramos ingresso para o pôr do sol fluvial. Depois almoçamos no restaurante Lá em Casa. Aos sábados têm um sistema de buffet e o garçom insistiu para optarmos por ele, mas eu tinha uma dica para comer um prato específico e optei pelo la carte e foi MARAVILHOSO. Que comida deliciosa. Medalhão de filhote com farofa de camarão. Comam isso! É muito bom.
Seguimos o restante da tarde na própria Estação das Docas. Gente, eu apaixonei nesse lugar! Agradável, bem cuidado, com lojinhas, restaurantes, música e… espaço coberto! Porque nesse meio tempo, começou a nossa querida chuva de todos os dias então foi bom ter ficado por lá pra aguardar a hora do passeio.
Lugar maravilhoso. O passeio de barco pra ver o pôr do sol teve de tudo, menos o pôr do sol. Choveu bastante nesse dia o que prejudicou a despedida do astro rei. Mas o passeio em si é um espetáculo a parte, o guia vai explicando os pontos por onde passamos, há venda de comidas típicas e apresentação de danças regionais. Custou 50 reais por pessoa. As comidas e bebidas servidas durante o passeio são pagas a parte.
Na volta do passeio estava ocorrendo um evento nas Docas chamado Rock na Orla. A intenção era retornar ao hotel, pra tomar banho e ir jantar num dos excelentes restaurantes de Belém. Mas, o evento estava muito bom. Fomos ficando, ficando e ficamos até acabar.
Retornamos ao hotel e optamos por jantar lá mesmo, perdemos a oportunidade de conhecer um restaurante, mas o do hotel também era muito bom.
Dia 2 – Domingo
No domingo começamos o dia na Basílica Nossa Senhora de Nazaré e participamos da missa das 10:00h. A intenção era a de ter participado da missa as 8:00h para após a missa pegar o último horário da visita guiada no Theatro da Paz, mas atrasamos e como a missa no domingo era uma prioridade pra mim, a visita ao teatro foi cancelada. Se você não for católico, pode só passar na Igreja e seguir para o teatro.
A intenção era ir caminhando até a Praça da República, mas o calor não permitiu, então ao término da missa, pegamos um táxi pra conhecer a feirinha que ocorre todos os domingos na praça. A feirinha é enorme tem de tudo, comida, arte, chocolates, lá eu descobri que sacolé em Belém se chama chopp. Levei um susto quando vi crianças passando com isopor escrito: chopp 1 real. Paguei pra ver pra entender o que era, aí entendi.
A Praça é muito bonita, aliás, Belém tem várias praças bonitas e bem cuidadas.
Na sequência fomos conhecer o Mangal das Garças. Gente, se vocês estiverem menos tempo que eu estive em Belém e tiverem que escolher uma coisa só pra fazer, vá ao Mangal das Garças! Ele fica numa área de cerca de 40.000 metros quadrados às margens do Rio Guamá que foi revitalizada é pertinho do centro histórico de Belém. A entrada é gratuita, lá dentro existem quatro atrações que custam 5 reais cada a visitação, a dica é comprar o passaporte por 15 reais e ter acesso as 4. Caso queira ir a somente uma, escolha o Farol.
Após visitar as atrações, fomos almoçar no restaurante dentro do próprio Mangal, o Manjar das Garças. Aí fica uma dica preciosa se você pretende fazer o mesmo. Antes de sentir fome, passe lá e deixe seu nome na “fila”. Quando resolvemos ir já estávamos famintos e tinha uma fila de espera considerável. Aliado a isso começou a chuva do dia, então não restava outra opção a não ser esperar. O restaurante é bom, aos domingos é feito o sistema de buffet pagamos 76 reais por pessoa com direito a sobremesa. A bebida é a parte. O ambiente do restaurante é ótimo, mas confesso que não gostei do atendimento. Ainda na fila de espera fui chamada, entrei e depois falaram que foi um erro, tive que voltar a aguardar. Depois para ser atendido e conseguir as bebidas foi um custo. Esperava mais do serviço, até por não ser um local barato.
Após o almoço seguimos para o hotel a pé, pois era muito próximo ao Mangal, descansamos um pouquinho e voltamos a Estação das Docas (eu disse que amei aquele lugar). Mas também era aniversário do meu marido e ele queria comemorar tomando uma boa cerveja na Amazon Beer. Lá também é restaurante e indico comer o peixe com crosta de castanha.
Nas Docas não deixe de tomar o sorvete Cairu. A Sorveteria Cairu foi eleita a melhor do Brasil em 2014 e têm sabores de sorvete que você só vai encontrar lá, é um sabor mais gostoso e diferente que o outro.
Dia 3 – segunda
Você que está programando sua visita a Belém precisa saber que segunda-feira é um dia bem morto na cidade. Muitos lugares não abrem pra visitação, então tenha o cuidado de observar isso ao montar o seu roteiro.
Eu estava com o dia um pouco apertado pois meu voo de retorno ao Rio era as 16:00h, mas mesmo assim resolvi conhecer a Ilha do Combu, para isso, peguei um Uber até a Praça Princesa Isabel e lá a peguei um barco para atravessar para a ilha. A travessia custou 7 reais e na ida combinamos com o barqueiro o horário para nos buscar. Há vários restaurantes na Ilha, mas escolhemos ficar no mais famoso, o Saldosa Maloca (assim com “L” mesmo), como era uma segunda-feira e estava cedo, foi bem tranquilo. Mas se você optar por ir lá num fim de semana os restaurantes costumam lotar, é bom chegar cedo ou pagar por uma reserva. Você pode tomar banho no Rio enquanto toma uma cerveja gelada e depois almoçar no restaurante. É possível combinar com o barqueiro para conhecer outros locais da Ilha, como por exemplo a casa de chocolate. Também é possível agendar uma visita guiada na Casa do Chocolate para conhecer o processo de fabricação. O passeio é feito desde Belém e inclui o tour do chocolate, degustação e café da manhã. Agendamento pelo e-mail: combuorganico@gmail.com.
No horário marcado o barqueiro voltou pra nos buscar e voltamos ao hotel para arrumarmos as coisas e seguir para o aeroporto.
Bem gente, essa foi a minha visita a Belém, tivesse eu mais tempo, teria aproveitado mais, mas se tivesse só o fim de semana também já valeria a visita! Espero que sirva de inspiração pra vocês. Conheçam o Pará! Desbravem o Brasil!
Coisas que não fiz mas gostaria de ter feito:
Se você tiver mais tempo em Belém, ou não quiser seguir essa programação aí de cima por completo, envio abaixo dicas de coisas que eu pesquisei, gostei, mas não tive oportunidade de fazer. Assim você pode personalizar seu roteirinho ou aproveitar ainda mais o que essa cidade mara tem a oferecer.
Museu do Estado do Pará
Museu Emilio Goeldi
Trilha do Chocolate na Ilha do Combu
Restaurante Família Caranguejo
Restaurantes do Thiago Castanho (Remanso do Bosque e Remanso do Peixe)
Além disso, vale lembrar que tendo mais tempo pra curtir o Pará por completo, estique até a Ilha do Marajó e/ou Alter do Chão. Dessa vez não deu pra mim, mas assim que possível estarei lá e contarei pra vocês aqui como foi.