Brasil,  Maringá,  Rio de Janeiro

Maringá: Como fugir do Rio de Janeiro ainda no Rio de Janeiro

Sabe quando você quer fazer uma viagem e não quer gastar muito? Ou quando não pode dispor de muitos dias longe? Ou ainda, não quer ir pra muito longe, pois está cansado e teme ficar mais cansado ainda?

Ah, e o mais importante: você quer descansar…

Foi pensando desse jeito que eu e meu marido descobrimos Maringá! Rs… Um cantinho no Rio de Janeiro muito tranquilo, do qual já tínhamos ouvido falar e resolvemos experimentar em julho desse ano! Agora, se você não conhece, ou conhece mas nunca pensou em ir, se liga no resumão aí que eu vou fazer. Aposto que, quando acabar, você vai querer arrumar suas malas e ir conferir!

 

ONDE FICA?

Seguindo o caminho para Resende, no sul do Estado do Rio de Janeiro, pegamos o caminho como quem vai para Penedo, mas não entramos na cidade, só passamos por ela. O caminho segue para uma rede de montanhas que já impressiona pela forma. Lá encontramos 3 distritos, que pra mim são a tríade do sossego: Visconde de Mauá, Maringá e Maromba. Maringá é dividida em duas pelo Rio Preto, sendo sua parte no Rio de Janeiro pertencente ao município de Itatiaia e sua parte de Minas Gerais, ao município de Bocaina de Minas. Trocando em miúdos, são duas ruas, uma mineira e uma carioca, rsrs.

 

Onde Maringá se esconde!

 

Divisa das partes mineira e carioca na estrada.

 

Saindo do lado mineiro e voltando pro lado carioca, passando de carro pela ponte por cima do Rio Preto.

 

COMO CHEGAR?

A estrada que passa pelas montanhas é um verdadeiro sobre, desce, vira pra esquerda, vira pra direita… muito sinuosa e bem chatinha mesmo. Há vários mirantes pelo caminho, mas quase nenhum lugar que sirva para acostamento. Não reparamos iluminação, então meu conselho é ir durante o dia (até porque muitos trechos da viagem tem a luz natural obstruída pelas árvores altas e mata mais densa). Ir com chuva também não deve ser interessante (esse ano, em março, por conta das fortes chuvas, a estrada ficou interditada por mais de 2 semanas, e quando fomos em julho alguns trechos ainda estavam em meia pista). Usamos o Waze como GPS e há várias placas informando os locais e a distância em quilômetros. Não dá pra ficar perdido!

 

ONDE SE HOSPEDAR?

Há inúmeras pousadas em Maringá, tanto do lado carioca quanto do mineiro. Fatalmente, se você pedir alguma dica a amigos que foram (como foi o nosso caso), vão surgir vários nomes de pousadas diferentes. A maioria das pousadas só oferece café da manhã, pois Maringá possui uma Alameda Gastronômica que é o grande atrativo de lá. Vou falar sobre a pousada Bella Mauá, que foi a que nos hospedamos. Essa pousada fica do lado carioca, no alto de uma montanha, 700 metros de subida. Conselho: só de carro! Rs. Um dia resolvemos fazer o percurso a pé e na volta faltou perna…rs. A pousada é grande, limpa, tem um ótimo café da manhã, piscina e sauna (nem usamos), mas o grande atrativo é a vista! Nos apaixonamos assim que chegamos pela vista da recepção e como optamos por ficar em um chalé, a vista era fenomenal não importava a hora do dia. O chalé, apesar de mais caro, valeu muito a pena pois queríamos mais privacidade (somos recém casados! Praticamente uma nova lua de mel…rs), mais tranquilidade, uma vista privilegiada, e eu queria muito uma banheira de hidromassagem e uma lareira!!! Rsrs. Não nos julguem… queríamos muito descansar, relaxar e nos curtir! Rs

 

A vista do nosso chalé na pousada.

 

O sol se pondo atrás das montanhas…

 

vista da banheira do meu chalé na pousada Bella Mauá

 

QUANDO IR E QUANTO TEMPO FICAR?

Gente, Maringá é bastante turístico. Como disse a dona da pousada que ficamos: fora de temporada, nem cachorro você vê na rua! Nós fomos em julho (alta temporada deles), chegando numa segunda-feira e saído numa sexta. Conselhos que dou para os amiguinhos: dá pra ficar 3 dias numa boa, então dá pra fazer aquele bate-volta de feriadão ou de sex-sáb-dom; se forem durante a semana como fomos, vão na alta temporada mesmo, porque muitos lugares lá não abrem nem nesses dias durante a alta temporada (quem dirá na baixa); evitem meses chuvosos, pois o acesso é ruim; ah, e não me fiquem doentes por lá, porque médico e posto de saúde só em Resende.

 

ONDE COMER?

Agora é que a coisa fica boa… Maringá atrai muito não só pelo sossego, mas também pela gastronomia! É bastante variada por lá, desde restaurantes mais simples aos mais chiques! Cafeterias, pizzarias, fondues, restaurantes japonês, mineiro… Cada dia fomos em um diferente…rs. Agora, o que é unanime por ali é a tal Truta! Cara, todo lugar tem truta! Sério! Eu vi pizza de truta, fondue de truta, sopa de truta, patê de truta… Eu disse pro meu marido que se a gente passasse pelo Rio Preto com um balde no carro e abrisse os vidros, as trutas iam pular pra dentro dele! Rsrs! Bem, vou falar um pouco dos lugares que fomos:

  • Maison de La Fondue: uma casa de fondue bem bacana (na parte de minas), onde tinha opção de escolher apenas um tipo de fondue (queijo, carne ou chocolate) ou fazer a sequência, que foi o que fizemos (e ainda repetimos a de chocolate!! Nham-nham!). Nos serviram uma entrada com patês e pães, logo depois o fondue de queijo com o de carne (tinha uns legumes para grelhar na pedra e uma batata rosti de acompanhamento), e por último um de chocolate preto (acho que era ao leite – não tinha outras variações). A sequência, mais bebidas e um eventual 10% deu pouco mais de 150 reais (foi a refeição mais cara que fizemos… nos outros lugares deu pra comer bem mais baratinho);
Maison de La Fondue

 

  • Pizzaria Casa di Pedra: Pizza raiz, na lenha!!! Uma delícia! Além de boa e barata, o visual do local é muito legal! Tem um Fred Flintstones enorme na entrada, e algumas coisas lembra o desenho (como a porta de entrada gigante de madeira…rs). Atendimento de primeira e comida excelente! Ah, no lado mineiro!
Pizzaria Casa Di Pedra

 

  • Cafeteria & ETC: Essa fica na rua principal, no lado carioca, quaaaase no fim da rua (tipo, quando você acha que tá acabando a civilização e começará o mato de novo…rs). Bem simples, com música ambiente e mesas ao ar livre, é um ambiente bem acolhedor e mesmo aberto, dá a impressão de ser reservado (já que é mais distante do centrinho). Café raiz, coado na hora – chega de café expresso!! Rsrs – e um petit gateau maravilhosos! Lá tem outras opções, mas é um menu mais enxuto.
Cafeteria & ETC. visto de uma das suas mesinhas

 

  • Casa Ferraz – pizzas e massas: Virei fã do lugar que tinha aberto há 3 meses apenas! O ótimo atendimento já começou do lado de fora, quando eu e meu marido paramos para ler o cardápio. Uma moça logo se adiantou para explicar como funcionada o local: massas feitas por eles e o molho de tomate artesanal, que eles produziam. Gente, resolvi pagar pra ver porque a mulher foi muito convincente na explicação. Preço bom (média de 30 reais um prato bem servido), ambiente limpo, arrumado e bonito, cardápio interessante. E quando veio a comida… véi! Que delícia!!! Que molho era aquele??? E olha que eu nem gosto de molho…rs. Comemos um nhoque recheado de mussarela e um macarrão de massa verde recheado de nozes com algumas outras coisas! Recomendadíssimo! Ah, fica na parte mineira.OBS: há uma sobremesa INDECENTE de brigadeiro. Vou só colocar a foto…
Casa Ferraz

 

Apesar de não parecer na foto, eu juro que dividi a sobremesa com meu marido! rsrs

 

  • Uai, Tchê, Cozinha Artesanal Mineira: E foi do lado mineiro que meu marido resolveu experimentar a tal Truta! Que ele achou uma delícia, diga-se de passagem. Eu fiquei numa sopinha trufada de queijo, que estava muito gostosinha. A comida é meio pesadinha, mas não é cara e o ambiente é peculiar (foi a primeira vez que vi um teto com papel de parede florido!!).
Esperando nossa comida no Uai, tchê!

 

  • Restaurante Mauro Junior: fica do lado mineiro, na Alameda gastronômica. Um lugar bonito, bem comentado, maaaaaaaassss… foi nossa parte mais desagradável do passeio! Esperamos exatamente 1 hora a nossa comida, sem explicação de ninguém pela demora! O prato veio até gostoso, mas com mó cara de ter sido “esquentado” (ficamos ouvindo barulho de apito de micro-ondas enquanto esperávamos). A conta foi cara e na hora cobraram os 10%. Quando me neguei a pagar porque tinha esperado muito e não tive uma explicação, nem assim eles quiseram justificar o atraso ou pedir desculpas. Enfim, certamente foi o único lugar que não nos atendeu bem e que não voltaríamos a ir.
Interior do Restaurante Mauro Jr.

 

O QUE FAZER POR LÁ?

Pessoas, como disse antes, nosso objetivo foi descansar da rotina de trabalho e do Rio de Janeiro em si…rs. Então não fomos com intuito de explorar o local ou as atividades de lá. Mas o atrativo maior ali são as cachoeiras próximas e as trilhas por lá! Há passeios de bugre e com guias também. Dá pra você pegar seu carro e ir? Dá, mas só em alguns lugares. E pra não dizer que não conhecemos nada, tiramos uma tarde para fazer a trilha do Alcantilado. E posso dizer que foi o suficiente pra mim! Rsrs. A trilha fica a 7 km de Maringá no sentido “voltando”, indo à Visconde de Mauá. Dá pra chegar se você pegar um mapinha (pela cidade vários são os locais que você retira um desses – pegamos o nosso na nossa pousada) e ter fé, porque a estrada é horrível…rs. É engatar a primeira e ir devagar…são muitos buracos e não é asfaltado. O Vale do Alcantilado fica num sítio privado (o nome é Sítio Cachoeiras do Alcantilado), onde você para seu carro num estacionamento, paga R$ 20,00 para entrar (por pessoa – não sei se há desconto para crianças ou idosos – e aceita cartão lá também), pega um mapinha e começa uma caminhada rumo ao topo de uma montanha. Você passa por uma imensa e linda área verde com nada mais nada menos que 9 cachoeiras diferentes! A trilha é demarcada com degraus, placas, cordas, corrimões… até chegar um ponto que você tem raízes de árvore formando uma escadinha ou caminho…rs. Há dois pontos no estilo mirante pra você olhar a vista (e o quanto caminhou): um no meio do caminho e outro no topo. São 1.500 metros só subindo, até a última cachoeira, que é o Alcantilado. A vista é fenomenal! Depois você desce os mesmos 1.500 metros…rs. Dá pra entrar em várias cachoeiras (a água é mega gelada, mas eu adorei os 5 segundos que entrei…rs) e as fotos das áreas naturais ficam belíssimas! Ficamos a tarde toda por lá, foi muito agradável e bastante cansativo. Pra quem é trilheiro de escritório como a gente, um conselho: o dia seguinte não pode ter outra aventura dessas, tem que ser de descanso! Suas pernas não serão sentidas nas próximas 24 horas…rs.

 

Início da trilha do Alcantilado

 

Uma das várias cachoeiras em que se podia tomar banho

 

Vista do topo da trilha

 

O topo da trilha (é… isso mesmo, eu cheguei lá em cima!!! E a camisa do Bart Zumbi me representou naquele momento…kkk)

 

ONDE COMPRAR AS COISAS

Gente, lá vira e mexe, tem lojas de artesanatos, roupas de frio, licores, patês, souvenires de madeira e ferro… Tem umas lojinhas lá no estilo grife (são mais caras que as demais, mas dá pra saber… são bem mais caras), mas a maioria é do tipo dá pra pagar…rs. O engraçado foi ver algumas crianças por lá se divertindo vendo pião de madeira, casa de boneca em madeira, truques de mágica, bonecas… brinquedos de madeira, de pano, coisas simples, mas muito bem feitas e baratinhas. E a maioria das lojas de artesanatos coloca o preço na peça, então fica bem fácil de ver, até mesmo quando elas estão fechadas e não tem ninguém pra julgar nossa cara de “será que é caro ou barato isso aí?”…rs.

 

Agora a parte do texto mais importante, os “pulos do gato”:

 

#FICAADICA

  • Dá pra fazer tudo a pé dependendo da pousada que você ficar;
  • Os lados mineiro e carioca são divididos por uma ponte de pedestre e uma ponte de carros. Então você vai conseguir transitar livremente não importa como esteja;
  • Não se engane: o sol só esquenta enquanto ele estiver exposto. Na sombra faz frio… 4 horas da tarde já tá bem frio. À noite pegamos um frio de 10° C doído… e de madrugada chegou a 4°C (e graças a Deus não pegamos temperatura negativa!). Lembrando que fomos em meados de julho;
  • Os restaurantes não tem estacionamento. Dá até pra parar na rua, mas há muitos lugares onde é proibido parar (e lá eles multam mesmo!!), e quase não há vagas. Existem muitos estacionamentos particulares, mas o preço é fixo: 10 reais. Então, procure fazer “pacotes” (exemplo: a pousada que ficamos dava um vale por dia, como cortesia, para parar o carro num estacionamento grande que fica bem no meio dos restaurantes, do lado mineiro – mas depois de conversarmos e como a pousada estava com poucos hóspedes, ela passou a me dar 2 vouchers por dia);
  • O horário de funcionamento de lojas e restaurantes varia muito, abrindo apenas a partir de sexta, ou só funcionando de dia, ou só à noite, ou só a partir de quarta… se informe lá pra não dar cabeçada;
  • A maioria dos restaurantes tem lareira, então você fica quentinho dentro deles. Mas não sente muito próximo a elas por dois motivos: a lenha estilhaça, arremessando pequenas lascas; e quando você deixa o restaurante com o corpo todo quentinho, você encara um frio pavoroso do lado de fora… e isso não é nem um pouco legal;
  • Apesar dos estabelecimentos de lá aceitarem cartões de todos os tipos (débito e crédito), leve dinheiro! Dá pra conseguir alguns descontos no dinheiro, e o caixa eletrônico mais próximo é em Penedo (ou Resende).
  • Já falei antes, mas não custa repetir: não fique dodói… não tem posto de saúde lá! Mas se precisar, tem umas farmacinhas bem basiquinhas;
  • A maioria dos lugares deixa exposto o menu do lado de fora sem um garçom pra te induzir a entrar;
  • O artesanato local inclui muitas peças de madeira, esculturas, quadros e peças afins feitas de ferro retorcido e modificado (muitas flores e folhas), sousplat e jogos americanos de tecido e malha, tapetes de malha trançada, almofadas trabalhadas, velas… enfim, várias coisas desse tipo. Lá, as pousadas e restaurantes costumam usar essas coisas para ornar os lugares que nós turistas usamos. Então, caso você veja algo interessante e que você queira também, fatalmente você achará numa loja por lá (vale até perguntar no restaurante ou no hotel sobre a peça).
  • Os preços de uma loja pra outra não costumam mudar, então aquilo de “ah, gostei mas vou dar uma voltinha e pensar” e correr pra outra loja pra ver o preço, não funciona por lá. Podem-se achar peças diferentes, mas parecidas com preços diferentes você não vai ver por lá.
  • Vai de carro? Ótimo! Apesar de termos visto apenas 1 ônibus por lá, não fazemos ideia de quando passava, pra onde ia nem de onde vinha. Agora, se seu carro for daqueles com chassi mais baixo (tipo um Honda Civic ou um Toyota Corolla), muito cuidado onde resolve ir! A população local não tem carros desse tipo. As estradas que levam para as cachoeiras são péssimas! E, por exemplo, a pousada que ficamos tinha uma subida bem íngreme e ruim, então carros baixos passavam literalmente “raspando” por ali! Então, se você tiver um carro desses, escolha uma pousada no centrinho mesmo, e caso faça os passeios para cachoeiras, vá com o guia, alugue um bugre ou coisa do tipo. E se você não tem carro e vai alugar um para ir pra lá, escolha um com o chassi mais alto, ou um daqueles que encaram tudo! Rs.

 

Alameda gastronômica em Maringá de MG

 

E aí, já arrumou as malas rumo à Maringá? Então vai e na volta, conta pra gente o que achou e se as dicas ajudaram! Beijos e até a próxima!

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